Sôbre a reação de Mitsuda

O problema da correlação entre as respostas macroscópicas e histológicas à inoculação de lepromina é discutido no presente trabalho, chegando-se à conclusão de que os resultados obtidos através do estudo de amostras de doentes de lepra não podem ser aplicados a populações sadias. Chama-se a atenção para o fato de que ainda não foi demonstrado terem agentes sensibilizantes, tais como o BCG ou as inoculações repetidas de lepromina, a capacidade de transformar indiv¡duos histológicamente Mitsuda negativos em Mitsuda positivos. Também não parece provado que as reações positivas ao teste leprom¡nico possam ocorrer na ausência de hipersensibilização por M. tuberculosis e/ou M. leprae, ou outro agente semelhante. A suposição de que as LR +++ observadas em indiv¡duos sadios devam corresponder invariávelmente a reações histológicamente positivas pode causar tendenciosidades.

Censo leprológico intensivo: Usina Ester, Município de Cosmópolis, Estado de São Paulo. Dispensário de Lepra de Campinas, 1959-1960

De agosto de 1959 a janeiro de 1960 procedeu-se na Usina Ester, Município de Cosmópolis um censo leprológico intensivo, mediante o exame dermatológico da sua população. A medida pode ser viável em 100% dada a existência de um cadastro nominal de todas as pessoas que la residiam. O trabalho constiu de tres fases: 1) Exame dermatológico e reação de Mitsuda nos escolares. 2) Convocação das demais pessoas para exame em locais previamente escolhidos. 3) Busca de faltosos (100 indivíduos), com a colaboração de uma doutora. Feito o confronto das várias colônias da Fazenda, apurou-se que 100% dos seus habitantes haviam se submetido aos exames sem o encontro de um único caso novo de M.H. Inúmeras outras dermatoses fotram registradas. Na população escolar praticou-se também a reação de Mitsuda, observando-se englobadamente 75% de positividade (+, ++ e +++); entre escolares comunicantes essa positividade apenas atingiu 30%. Em três, das 8 (oito) classes escolares, foram administradas aos alunos 6 doses de BCG fresco, entre a aplicação e a leitura da R. M. Não se verificou diferença significante nos resultados da lepromina entre essas classes e as demais que não usuaram o BCG...

Incidência da lepra entre os comunicantes da Inspetoria Regional de Campinas / Incidence of leprosy among the contacts of the Regional Inspectorate of Campinas

O autor considerou, para estudo, 6.000 comunicantes registrados na sua I.R. de Campinas, com um "follow-up" de 6 mˆses a 18 anos. Dividiu-se em grupos cronológicos de 1.000, verificando que: a) No 1º grupo (15 a 18 anos de observação), houve aparecimento da moléstia em 26 casos, sendo 13 (50%) de 1 a 6 anos depois do afastamento do foco e o restante, de 6 a 15 dêsse afastamento; b) No 2º grupo (13 a 15 anos de observação), houve 19 comunicantes antigos que se tornaram doentes, sendo 11 (63%) antes dos 6 anos e o restante até 12 anos; c) No 3º grupo (10 a 13 anos), 24 casos, sendo 19 (76%) até 6 anos e os outros até 11; d) Os três grupamentos finais são comunicantes com menos de 10 anos até 6 mêses de observação, apresentando, um conjunto, 22 casos, todos anteriores a 15 anos; e) Os três primeiros grupos (10 a 18 anos de observação) forneceram um contingente de 70 casos (cêrca de 83%), havendo uma menor percentagem de casos cujo aparecimento da moléstia levou de 1 a 6 anos, quanto mais antigo fôr o agrupamento considerado ; f) Se se levasse em consideração o prazo limite de 6 anos para o contrôle dos comunicantes, no 1º grupo só seriam despitados 50% dos casos, 63% no 2º e 76% no 3º; g) Nos Últimos grupos todos os comunicantes se tornaram doentes dentro dos primeiros cinco anos de observação, porque não houve tempo de um "follow-up" mais prolongado (último grupo com comunicantes recentes, 6 mêses até 10 anos de contrôle); h) Seria muito dif¡cil estabelecer-se um prazo limite prático e eficiente para a baixa dos comunicantes. Talvez só a reação de Mitsuda poderia fornecer uma orientação de valor; i) Quanto aos comunicantes em geral (novos e antigos), que se tornaram doentes, a percentagem ‚ de 27% do total de pacientes registrados na I.R.; j) O levantamento estat¡stico feito pelo autor anualmente de 10 anos para cá, nas I.R. de Bebedouro e de Campinas, onde trabalhou, revela que 40%...

Teste de mitsuda na lepra tuberculóide em reação / Mitsuda test in tuberculoid leprosy in reaction

Os autores estudam o comportamento das reações de Mitsuda em 119 doentes de lepra tuberculóide com surtos eruptivos...

Alta definitiva e forma da moléstia (Casos registrados na Inspetoria Regional de Campinas) / High and final form of the disease (Cases reported in the Regional Inspectorate of Campinas)

O A. estuda 63 casos de alta definitiva registrados em sua Inspetoria Regional deCampinas, at‚ 1951. Verificou que nenhum dêles pode enquadrar-se perfeitamente na forma inicial lepromatosa. Concluiu que, não obstante o uso generalizado das sulfonas nestes últimos anos, ainda não foi poss¡vel registrar-se um caso de alta definitiva de um paciente lepromatoso, o mesmo fato que observou na sua estadia na I.R. de Bebedouro, ao tempo do chalmugra exclusivo. Considera, porém, que mesmo casos relativamante bons, podem levar cêrca de 20 anos para a sua alta definitiva e que, portanto, os lepromatosos que venham a ser beneficiados pelas sulfonas, devem também levar dilatado tempo para êsse fim, prazo que ainda não foi decorrido.